Você sabia que as bebidas vegetais nutritivas para crianças são uma ótima opção durante a sedimentação dos hábitos alimentares? Nutricionista explica a importância de oferecer alimentos in natura e produtos com formulações simples e enriquecidas com nutrientes para o desenvolvimento infantil
A fase pré-escolar entre 2 e 6 anos é um período que merece atenção, já que ali acontece a sedimentação dos hábitos. Neste período da vida, a velocidade de crescimento em estatura e o ganho de peso são proporcionalmente menores do que nos dois primeiros anos de vida levando normalmente à diminuição do apetite, maior seletividade de paladar e necessidades nutricionais peculiares à esta fase.
Diante disso, pais e familiares podem atribuir o aspecto, a uma doença e não a um fator fisiológico. Além dela, o comportamento alimentar da criança pode ser imprevisível e variável, pois a quantidade de alimentos ingeridos pode oscilar. Além disso, birras e caprichos também podem comprometer a aceitação de alguns alimentos.
É um momento que requer atenção tanto nos aspectos nutricionais quanto nos comportamentais, que são desafiadores para os responsáveis podendo refletir na fase adulta. Lembrando que o paladar infantil sempre vai apresentar inclinação ao doce, já que o sabor é inato ao ser humano e não necessita de incentivos.
Oferecer às crianças alimentos in natura nesta fase é essencial para que o aporte dos principais nutrientes seja alcançado.
Como também exista a educação do paladar estimulado pelos 5 sabores: doce, amargo, azedo, salgado e umami. Minimizar o consumo diário de alimentos pouco nutritivos, muito calóricos e atraentes também podem comprometer a boa conduta alimentar na infância, por isso é importante ter conhecimento sobre a classificação deles na participação do cardápio dos pequenos.
O Guia Alimentar Brasileiro é um documento que tem como finalidade direcionar as escolhas alimentares dos brasileiros, sendo reconhecido mundialmente pelo seu nível científico e pioneirismo ao incentivar uma alimentação saudável. Outro ponto importante de comentar é que classificação dos alimentos em in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados devem ser claros para que possamos fazer escolhas conscientes. Assim como ter entendimento na lista ingredientes é parte fundamental.
São considerados alimentos processados aqueles que são fabricados pela indústria com adição de sal, açúcar e outras substâncias de uso culinário. Já os ultraprocessados são formulações industriais feitas de substâncias extraídas de alimentos, como óleo, gordura, açúcar, amido, proteínas isoladas ou sintetizadas em laboratório que são nomeadas como aromatizantes, corantes, realçadores de sabor e outros aditivos.
Por isso, eu repito: precisamos ter conhecimento sobre lista de ingredientes para fazer boas escolhas.
Por outro lado, é importante lembrar que a indústria, através de processos tecnológicos e comprometimento com o consumidor, pode ser uma aliada da boa nutrição. Além de oferecer alimentos seletivamente mais nutritivos, pode colaborar com a oferta de alimentos envasados e embalados em sistemas seguros que garantem praticidade para consumo.
Ouso dizer que o comprometimento com a redução da oferta de açúcar, não uso de aditivos artificiais e enriquecimento de formulações com nutrientes específicos focados em cada faixa etária também são essenciais na nutrição infantil.
Na fase pré-escolar, por exemplo, é importante oferta de alimentos ricos em ferro, cálcio, vitamina A e D, zinco e fibras. Alimentos fortificados, sem adição de aditivos artificiais, podem fazer parte e funcionam como uma ótima estratégia para aumentar o aporte de nutrientes.
Outro ponto importante de comentar são as alergias e intolerâncias ao leite de vaca que podem ocorrer nessa faixa etária.
Essas reações alérgicas aparecem, entre o primeiro e o terceiro ano de vida e podem persistir por anos. O sintoma mais grave é a anafilaxia, e os mais comuns e menos graves são cólicas, irritabilidade, choro intenso, sangue nas fezes, vômito, diarreia e recusa alimentar. Alguns sintomas respiratórios e de pele como urticária, dermatite atópica e broncoespasmo também podem ocorrer. No Brasil, um estudo mostrou que a incidência de alergia às proteínas do leite de vaca em crianças é de 2,2%, e a prevalência de 5,4%. O único tratamento é a suspensão do alimento que desencadeia que, no caso, é o leite.
A não oferta de lácteos ou a redução do consumo dos mesmo por crianças é um ponto de atenção, já que os laticínios são reconhecidamente uma fonte importante de cálcio para o desenvolvimento ósseo que inclui a formação e manutenção dos ossos e dentes. Além de auxiliar nas defesas do corpo contra infecções, coagulações sanguíneas e na contração do coração e músculos.
O estudo Nutri-Brasil Infância, avaliou a ingestão de nutrientes em crianças com idade de 2 a 6 anos das escolas públicas e privadas do Brasil. Como resultado, encontrou uma média de 45% na prevalência da inadequação do cálcio entre as crianças de 4 a 6 anos.
Lembrando que o cálcio está presente em alimentos de origem vegetal também, como leguminosas, oleaginosas, sementes e nos vegetais verdes escuros.
A oferta de alimentos ricos em cálcio precisa ser contínua e diversificada. Além de incluir bebidas vegetais fortificadas com esse mineral nas refeições pode ser uma estratégia eficiente e muito saborosa para os pequenos.
Dessa forma, outro nutriente de grande importância são as fibras alimentares, presentes nos alimentos de origem vegetal íntegros. Eles contribuem para o funcionamento intestinal, auxiliando no tratamento da constipação funcional que é um transtorno comum durante a infância. Entre 17% e 40% das crianças, o problema surge no primeiro ano de vida podendo seguir até a fase pré-escolar. Além disso, o consumo de fibras favorece as bactérias “boas” presentes na microbiota intestinal, promovendo uma melhor absorção de nutrientes e fortalecendo o sistema imunológico.
O consumo de bebidas vegetais que são alternativas ao leite animal segue crescendo, incluindo opções voltadas para público infantil. A categoria dos achocolatados é um problema, com listas de ingredientes extensas, alto teor de açúcar e aditivos artificiais.
As bebidas vegetais nutritivas para crianças nascem em um novo cenário onde os pais, com maior conhecimento com relação à qualidade nutricional dos alimentos
Bebidas à base de ingredientes naturais, minimamente processados, livres de aditivos sintéticos, com baixo teor de açúcar já são uma realidade no Brasil.
A Tal da Castanha, por exemplo, lança uma nova linha de bebidas para substituir de vaca pensando nas crianças. O produto não usa nada de origem animal e só tem ingredientes naturais e orgânicos, sendo 100 % vegetal, sem soja ou OGM, com cálcio, fibras e ótimos nutrientes. Na composição estão presentes fontes naturais de nutrientes essenciais para o desenvolvimento infantil, como o ferro, zinco proteínas, gorduras “boas”, além dele ser adicionado de cálcio e fibras. De proteínas temos exatamente 3 gramas, provenientes da castanha de caju e da proteína isolada de ervilha. Além de nutrir, a bebida passa a ter um papel relevante na construção de um paladar mais limpo e menos estimulado pelo açúcar.
Bons e reconhecidos ingredientes, prioritariamente orgânicos, conotando cuidado na procedência dos mesmos em formulações simples e enriquecidas com nutrientes importantes nesta fase da vida são pontos importantes que certamente são bem vistos e esperados por pais e profissionais da área de saúde na hora em que for necessário ofertar alimentos às crianças.
Um fator que contribui fortemente para o desinteresse pelos alimentos e redução do apetite é a monotonia alimentar. O ideal são refeições coloridas, com diferentes texturas e formas, assim o prato fica atrativo e o momento se tornar lúdico e divertido. As refeições em família, com as crianças ajudando no preparo dos alimentos, dando a autonomia e incentivando a curiosidade pelas cores, sabores e texturas dos alimentos, podem ser ótimas na construção de bons hábitos alimentares.
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